• 0034-609-653-176
  • contacto@alfredoferreiro.com
  • Galiza, Espanha, Europa

As poetisas da vangarda

Poetisas.jpg

Publica La Voz de Galicia no suplemento Culturas do sábado 9 de setembro unha ampla reportaxe sobre “Os sete rostros femininos da poesía galega actual”. Nel son entrevistadas, na Fundación Luis Seoane, ámbito privilexiado para a reflexión artística, Rosa Enríquez, Lucía Novas, Lupe Gómez, Emma Couceiro, Yolanda Castaño, Estíbaliz Espinosa e Antía Otero.

Baixo un titular como “As poetas da vangarda” e o anuncio no subtítulo de que “constitúen un grupo heteroxéneo que combate tópicos e cuestiona a natureza da poesía” atopamos as opinións que a seguir referimos.

1) Desbotan o termo poetisa polas súas connotacións cursis. Consideran algunhas que para utilizala deberían primeiro despoxala de “cargas pasadas”. O termo poeta tampouco as satisfai “por demasiado grande” ou por impreciso. Segundo Yolanda Castaño ou Estíbaliz Espinosa rexeitan a imaxe máis tradicional do poeta, vinculada a “un don divino insuflado polas deidades” e a obras “antigas, pesadas”. Parece esta a vangarda que preconizan: o poeta como un membro do vulgo, un traballador máis da sociedade, que poida estender os seus froitos como unha necesidade cotiá da comunidade: “a poesía estivo demasiado metida nun andel”, afirma Espinosa.

Redundando na súa preocupación pola imaxe, protestan contra o clixé de poeta melancólico, introspectivo, comprometido coa Galiza rural, e reclaman entraren co seu propio estilo postmoderno, feminino e rompente na variedade recoñecida de especies poéticas.

2)Consideran necesario “«democratizar» a poesía para achegala aos lectores”. Para isto os avances tecnolóxicos “están a permitir experimentar con novas formas de arte poética, non só conseguindo sacar á poesía dos espazos pechados, desintelectualizándoa, senón facéndoa interaccionar con outras canles de expresión.”

Yolanda Castaño afirma que “hoxe hai unha poesía máis ortodoxa, que é a que está nos libros, pero tamén hai unha linguaxe poética que se pode atopar en calquera recanto. As nosas influencias tamén están na música, no cine? Vemos poesía nas letras de cancións, nun spot publicitario, e tanto como o recibimos intentámolo comunicar; intentamos buscar novos soportes e linguaxes afíns á poesía.” “Trátase ―subliña Emma Couceiro― de entender a diferenza entre poemas e poesía.”

3) Respecto á mensaxe da súa poesía, recoñecen a liberdade de “falar de cousas superficiais, non necesariamente hai que tocar os grandes topos: amor, morte e tempo” (Rosa Enríquez). Espinosa vai máis lonxe: “cando algo é novo e se di que non ten mensaxe, iso é precisamente a proba de que estamos ante unha novidade.”

4) Canto á lingua, calculan algunhas posíbel escribir en castelán (Espinosa), e outras recoñecen que o galego é simplemente a lingua escollida para a creación (Castaño).

5) Finalmente, varias opinións son apresentadas en aglutinación algo confusa, moitas delas gratuítas e dificilmente defendíbeis, contraditorias e superficiais, que non pretendemos comentar. É posíbel que no final da reportaxe se teñan amontoado as citas das entrevistadas por unha necesidade de deixalas falar máis, e o resultado teña sido influído pola présa facendo baixar o nivel do traballo xornalístico, que sen dúbida é moito mellor que outros que nunca poderemos deixar de esquecer.

En resumo, que as poetas vangardistas de hoxe están preocupadas coa cursilería, con que o traxe de “poeta” habitual non lles acae ben e teñen que arranxalo na modista, sobre todo aquel que se vén utilizando tradicionalmente desde hai milleiros de anos, con que a poesía sexa un obxecto habitual na cesta da compra diaria, coa intelectualización da poesía que desbota os traballos demasiado superficiais, co lercheo, etc. É dicir, coa súa imaxe de cara ao mercado, e o certificado de calidade dos seus produtos. De visión poética do mundo, do sentido das paixóns humanas, de ideoloxía, da lingua literaria que as grandes obras erguen páxina a páxina, nada. De lusofonía?… Por la Santa Cruz, ¡de qué me habla!

Contodo, debemos ser conscientes de que as reportaxes teñen o seu límite, e aínda máis se se pretende falar de tantos temas con tanta xente. As poetisas, a quen nomeo así porque un termo que explicita a feminidade non me parece negativo en absoluto, con certeza ofrecen o que de mellor teñen nos seus libros, algo que nesta ocasión non tocou valorar.

15 thoughts on “As poetisas da vangarda

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Caro Alberto:

      Exactamente isso: podemos falar em termos de género para a poesía se não aprofundamos no essencial, se tão só pretendemos uma análise sócio-poética. Quando a mulher tem impedido o acesso à escritura por pretendidas motivações morais, por exemplo. Mas quando tratamos questões intelectivas puras ou de sensibilidade artística, a questão do género devém, na minha opinião, absoluta banalidade. Porque o artista no processo íntimo da criação parte da realidade vista pelos seus olhos, e os seus olhos apreenderam a olhar com homens e mulheres, ficando o feminino e o masculino mesturado na súa visão em uma proporção própria, pessoal e além da perspectiva de género.

      Se em tal época houve uma «poesia de mulher» reconhecível nos temas ou na atitude poética, evidentemente merece atenção, mas responde a algum tipo de motivação fundamentado no social. Na essência, o poema transcenderá o plano histórico-social ou a sua mensagem ficará ancorada nas necessidades ideológicas de uma situação dada.

    • Author gravatarAuthor gravatar

      caro levantador:

      Tenho a pessoal noção que a manifestação poética desloca o ser para o estar, isto é: ninguém é poeta se não estiver poeta. O vivencial período cronológico da nossa existência, não nos permite sermos poetas a tempo inteiro. Digamos, por lucidez, que às vezes estamos poetas.
      É a palavra poeta, pois, um género? E um género sexual? O acontecimento poético é, na sua raridade, uma Saída, o que inclui uma ausência de género. Bastaria lembrar o método Yale – onde os textos são apresentados sem autoria – para perceber que o Acto Poético radica na superação da circunstância, ou seja, ao contrário do que diz Ortega y Gasset, quando o Ser – por exemplo, na manifestação da grega physis -Sai da sua circunstância.
      Quanto à nomenklatura, dependerá de cada manifestador. Podia dizer, a mim me referindo, que sou poetisa? Tão pouco me parece sedutor o conceito de androgenia para esta questão.
      Lembro-me – e esta lembrança em nada significa modelo – de ouvir a natália correia dizer: “Poetisa! Faz favor de não me tirarem o Sexo”
      Também oiço a voz da Luiza Neto Jorge pairando sobre os costumes: “Só há duas tribos”. Uma delas é a “tribo das portas sensíveis” (in A Casa Do Mundo)

      sem género, com gene

      aam

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Estimado Alberto Augusto Miranda:

      Quando falámos em vanguardas tentávamos utilizar este termo salvando as referências históricas, quer dizer, para nomear uma atitude de patente renovação e estimar se era correcto portanto asigná-la à poesia tratada na reportagem. Evidentemente, mais para valorizar a oportunidade do termo do que para julgar a sério o “vanguardismo” de poemas nascidos na década de 90. Em rigor, é cedo de mais para haver perspectiva.

      Concordo plenamente na escassa profundidade das análises sobre poesia, em muitos casos promovidas por um grémio que fala como se de todo soubesse: os jornalistas. Habituados como estão a trabalhar com quantidades ingentes de informação, confundem a miúde informação com saber. Ou ao menos contribuem para que o leitor confunda erudição com conhecimento. A primeira hoje pode apoiar-se na rede, a segunda só na experiência profunda.

      Quanto ao seu último ponto, em que introduz certa perspectiva de género, gostava imenso de que desenvolvesse um bocadinho mais este assunto, se o amigo considera conveniente.

    • Author gravatarAuthor gravatar

      querida estibaliz, caro levantador:

      1-Sobre o artigo da Voz: nada.
      2-Sobre a poesia: uma das coisas mais lamentáveis, é, de facto, o enfoque para-literário ou para-poético com que a maioria aborda estas coisas. Por exemplo, é difícil, se não impossível, ver uma análise documentada e rigorosa sobre a criação poética.
      Anda tudo pelo plástico. Ninguém se mete dentro da Obra.
      Sendo claro que a crítica literária é uma reminiscência circunstancial, seria de muita importância fazer o trabalho de análise do texto poético e, em lucidez e rigor, conseguir a dramaturgia desse mesmo texto. Ou seja: se não há conhecimento interno das obras, de que é que falamos? Dos “cromos”, da insubstância?
      Poder-se-á falar da poesia galega contemporânea sem conhecer/abordar/analisar a mesma?
      Vejo muita gente a falar dessa poesia mas incapaz de citar um único verso desta ou daquela autora.
      Passa-se então ao generalismo absoluto, à ausência de pensamento, generaliza-se sobre generalidades. Haja analistas sérios.

      2-Vanguardas: cada corpo é uma vanguarda. Tudo o resto será seguidismo. Os vão-guardismos são um episódio do século 20, com os seus papas, os seus líderes, os seus chefes.

      3-A sociedade do entretenimento, ou da “comunicação” trabalha arduamente para ´que ninguém esteja com atenção aos outros. Conseguiremos não ser o seu rebanho?

      4-A poesia galega contemporanea está matriciada pela voz de assinatura feminina. Creio mesmo que a melhor produção poética do Actual contém progesterona galega. Digo “qualidade” no sentido de mais mundo, extra-península, com brindes argentinos, e uma soltura descanónica que situa o espaço poético fora da órbita dos apropriadores.

      abraço com lux idez

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Estimada Estíbaliz:
      A preocupación pola cursilería excesiva é algo patente na reportaxe, e iso foi o que se pretendeu dicir. Desde logo, isto é unha realidade que pode molestalas máis ou menos, mais disto terá a xornalista que responder ante vostedes, se lles parece relevante.

      O facto de ter falado dos traballos de modista ten que ver, de novo, coas miñas impresións suscitadas pola preocupación mostrada polos aspectos máis superficiais da vida do poeta, e nada co sexismo. As tendas de arranxos de roupa son para min un lugar como outro calquera. Ben podía ter falado en termos de pedicura, novas tendencias en tintes capilares, últimos modelos de móbiles, cores de automóbeis deportivos, aliñación de equipos de fútbol ou tons de uniforme de colexio privado. Se aínda podemos voltar ao punto de partida direi que o que esperaba era oír falar de temas poéticos, das dificultades de publicar determinadas cousas, do mercado galego do libro ou dos talleres literarios. Repetirei que niso tivo moito que ver o guion da xornalista.

      Estimo que este país non é un territorio moi delicado. Formado por montes vellos e millares de ríos semella para min un bíceps de culturista multiplicado, cheo de veas que alimentan unha enerxía pronta a mobilizarse. Porén, ISTO non se move por calquera cousa. Culturalmente, son dos que pensan que a situación é privilexiada: o eixo natural do iberismo, provisto de falantes posuidores da maioría das linguas de América, nunha situación de non seren pobres nin ben ricos. Falta saber se temos intelixencia suficiente.

      Non se preocupe coas opinións sobre poesía da xente que non sabe. Os enxeñeiros aeronáuticos non o fan, e grazas a iso constrúen avións de ferro. Se o que pretende é educar a sensibilidade do lector xeneralista para aproximala da poesía máis difícil deixará de respirar antes de logralo. Se o que pretende é adapatar a súa poesía aos gustos dese público deixará de escribir coa sinceridade que o seu íntimo lle reclama. O asunto non é ese. A poesía ten moitas posibilidades de asociación de imaxes, e delas as máis comúns resultan máis asequíbeis a unha maioría con pouca pericia interpretativa do que as máis sorprendentes. E, como todos os traballos que atinxen altura pola súa complexidade, só os moi preparados poden percibir os méritos da boa poesía. Mais por todos espera un grande poema publicado, aínda que antes poidan aproximarse á súa mensaxe uns que outros. Os que se equivocan son os que pensan que un poema pequeno, por levar pouca tinta, pouco papel ou poucas palabras, é necesariamente un xogo de nenos (ou unha pérola poética).

      Cursiladas hai en todas partes. Trátase de saber se alguén consegue facer outra cousa. O mesmo pasa co lercheo: que se barbis, que se amantes, que se xerseis… biografismo bon ou mao non é literatura. Mais o que fan os biógrafos debe ser ben diferente do que o artista sementa. Del di pouca cousa entrar en lercheos. De igual modo que, estou plenamente de acordo, facer valer os méritos literarios de alguén en virtude de compromisos políticos. De calquera clase, progres ou non.

      Eu estou plenamente convencido de que todos os verdadeiros poetas van por dentro vestidos de igual modo. De que teñen un traxe transparente e por iso non poden evitar ser amanuenses dos ditados internos. Uns levárono ben, outros non tanto tal vez por desconfiar do que oían interiormente. Ben pensado, así somos todos, só que os poetas senten a necesidade de escribilo. Respecto da cualidade, só a sensibilidade apurada pola lectura e a escritura pode establecer categorías. O triste é que hai moita xente que escribe e non le nin se escoita, e por iso non ten nada profundo que contar ou fala sen tregua nin fundamento.

      Por favor, a min non me dispare, que non pretendo dicirlle o que debe ser. Só pasaba os ollos polo xornal e ocorréuseme comentar o que alí vin. Vostede pode ser o que lle pareza mellor, e pasar a ser se tiver vontade logo outra cousa distinta. O debate comezou por unha reportaxe en que non saíron ben reflectidas as súas opinións, e agora algúns puidemos ver o que realmente pensa. Isto é o positivo do debate, alén da imaxe comprometida coa arte que vostede tan dignamente ofrece e a maior honra para este blogue. Porque aínda que as minas case ninguén as levanta neste país, aquí gustamos de levantalas e anulalas, así como de desfrutar dos paraísos ocultos, que aínda existen.

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Xa bebín, ahhh.

      Para o comentario de frangulha que, con franca franqueza, custoume ler de tanta arroba e barriña politicamente correctas: non sei se iso que di vai por min, supoño que non. O que si teño claro é que os leitores son público, e o público posibles leitores. Teño claro que só Emily Dickinson foi unha persoa de pureza abstracta que escribía para o seu bauliño, os demais desexan publicar, queren facelo: e publicar é ter público. Non son simples xogos etimolóxicos.

      Nin sequera creo que Kafka quixera que lle botasen ao lume as súas obras. Ou talvez si, pero arrepentiríase no último segundo, tipo “suicida indeciso”.

      O das barbies ou o da roupa… non será que eses temas crispan porque son eidos deturpados precisamente por femininos? Eu sei que a Cortázar gustáballe o boxeo e os “pulóveres”: faille iso peor escritor, frivolízao? A Catulo gustáballe o viño. E a Bernardino Graña… e que, coño? Ou é que pensan que cando alguén fai unha entrevista de xornal leu a túa obra? Polo xeral fálase de aficións e de aproximacións ao literario dende un punto de vista mediático. É dicir, centrado na anécdota. Que é literaria en si. Miren a orella de Van Gogh, o brazo fantasma de Valle-Inclán ou os sospeitosos pesares venéreos de Rosalía de Castro.

      Iso é lercheo, si.

      E que é o biografismo? Lercheo. As amantes de Picasso, a frixidez de Marilyn, o celibato de Borges, as depravacións de Sade, as festas de Andy Warhol, o alcoholismo de Raymond Carver, de Bukowski, o suicidio de Plath, de Pizarnik, o “lesbianismo” de Safo… que é todo iso, senón lercheo? E non se gaban vostedes de recoñecer de qué estou falando? Ah, entón hai un lercheo de altura, que é o literario, e outro de baixura, que é o da Pantoja. Pois miren, non sei qué lles diga.

      Os comentarios sobre barbies, deseño alternativo ou iso de intentar provocar falando de sexo resulta, canto menos, cándido.

      Nada hai tan aburrido como o pretendidamente transgresor. E nada tan a deshora coma os que critican con orixinais propostas o pretendidamente trangresor.

      Non atopo máis que cursiladas nos comentarios. Non falo só nos deste blog. Falo en xeral.

      Galiza, célula de universalidade. Niso crin firmemente. Este país ten que abrir as portas de par en par.

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Benqueridos todos,

      En primeiro lugar: a min non me pareceu que se me faltase ao respecto co post, dende logo que non persoalmente, pero si que se me meteu nun caixón de sastre, por exemplo cando comenta que “as poetas vangardistas de hoxe están preocupadas coa cursilería, con que o traxe de “poeta” habitual non lles acae ben e teñen que arranxalo na modista, sobre todo aquel que se vén utilizando tradicionalmente desde hai milleiros de anos”. Iso si xúlgoo unha superficialidade dirixida con sorna a mulleres que si, imos (ou ían) ás sufridas e modosas modistas, pero non necesariamente arranxamos todo alí. Ou “redundando na súa preocupación pola imaxe, protestan contra o clixé de poeta melancólico, introspectivo, comprometido coa Galiza rural, e reclaman entraren co seu propio estilo postmoderno, feminino e rompente na variedade recoñecida de especies poéticas”.

      Vaia, logo, por diante, levantador de minas, que escribín ese comentario porque ando algo farta de que se terxiversen os versos, de que se me asimile aos discursos doutra persoa ou persoas e de que sigan tan a voltas co tema da imaxe. Iso de romper o clixé do poeta melancólico e introspectivo, pois non señor: considero que teño escrito textos melancólicos e introspectivos, quizais demasiado. Non van por aí os tiros. A imaxe da poesía como petardeo sensibleiro é a que ten moita xente (poeta ou non poeta) á que teño o gusto ou o infortunio de coñecer. E sabe? Non lles quito razón. Aínda que sei que a poesía é un medio de expresión polo que me teño “exhibido” (si, exhibido, non outra cousa é publicar), eu falei de que ás veces na publicidade, nas letras de PJ Harvey, Leonard Cohen ou ata a Mala Rodríguez atopo máis lirismo, creatividade e enxeño que en moitos libros publicados neste delicado país (e noutros).

      E digo delicado porque paréceme que a súa posición (ata xeográfica) sempre foi delicada, de encaixe de camariñas a piques de rasgar, non porque o considere un verxel de sospiros e florismos .

      I encantaríame que as “connotacións espiritualistas” tivesen caducado no século XIX. Iso será para os filólogos e os teóricos, pero para a xente da rúa, dígolle que non. Nese sentido se falou na entevista ou, alomenos, eu así o entendín. Se lle das a unha persoa calquera dous textos, un de Rimbaud e outro de Corrín Tellado e pídeslle que sinale o texto máis poético, sinalarán o que xa sabemos. E dirá vostede: será un inculto. Pois non tal, a xente máis estudiada ten moi metido na cabeza ese clixé de poesía= sorberse os mocos, pero con rima. César Vallejo, Sylvia Plath ou Wislawa Szymborska, “iso non é poesía” dirán. Será porque os planes de estudio, sempre sen tempo, nunca adoitan pasar do tema 15 que corresponde a, quéseieu, Noriega Varela nun caso ou Meléndez Valdés noutro. Con todos os meus respectos a eses señores que non me interesan para nada.

      Os poetas gañáronse a sona de seres que se cren por riba dos demais mortais por posuír o segredo sentimental e non caio nese xogo estúpido. Simplemente.

      Cando digo o de cosmonauta ou analfabeta, aclaro que non digo que o sexa senón que “me gustaría poder poñer” que o son. Por desgraza, sei escribir e quizais ese espellismo levoume a pensar que podía dicir algo interesante. Pero como a min, sucédelle a moita outra xente. Escribo para dicir que non teño nada que dicir? Tampouco é iso de xeito tallante. Quizais déuseme por aí para intentar dar forma a ideas que creo miñas (quizais sexan plaxios inconscientes, non o sei) acerca do ser humano e, máis que do seu pasado, do seu futuro e do seu modo de xestionar a memoria que o conduce a ese futuro…

      (estou plantando aquí o discurso que non se me comprendeu na entrevista de marras?)

      A lusofonía? Pero cando dixen eu que non me interesara?! Comentei que, a respecto dunha polémica antoloxía de Madrid, presenciei cómo arremetían contra unha persoa que escribira en castelán e tamén contra outra que o fixera en portugués (non arremetían as mesmas persoas, aclaro). No xornal só saíu o primeiro. E a conversa non seguíu por aí, pero non xeralice, señor meu. Ao meu ver, o galego e o portugués constitúen un tema lingüístico clave e, por iso, silenciado. Clave por que? Porque está feito de política e de olvido. Eu son consciente de falar i escribir a mesma lingua que un portugués, coas súas variantes obvias por cuestións circunstanciais. Iso si, non me vexo na obriga de facer política nos meus textos poéticos, e non porque a política non me interese (malia os esforzos que fan os políticos para que iso aconteza), senón porque prefiro facelo en prosa, onde se pode argumentar e non lanzar consignas.

      Iso non quere dicir que non fale de política en poesía, ou non vaia facelo. Espero non ser un bloque de granito feito así para sempre.

      A min encantaríame poder dicir o que digo en swahili. Como este país non deixe de linchar a xente porque fala ou escribe no idioma que lle “peta e lle dá a gana” avergoñarame pertencer a el. Abandonareino.

      O tema lingüistico é sempre espinoso porque a xente aférrase con fe (palabra agochada no “aferrarse” )ao dogma dunha lingua. Tamén me divirte ver cómo se alza a escritores só porque manifestan determinada orientación política ou lingüística. Iso si é vender imaxe!! Claro que o tempo coloca a todos no seu lugar.

      Por iso dicía que o máis probable é que, a que será considerada avangarda destes tempos, se encontrase na súa casa, almorzando tranquilamente ou vendo Shin Chan, mentres nós figurabamos baixo o cartaz da avangarda.

      En canto ao do carniceiro, non comparei aparecer no xornal con que me regalen o solombo, pregunteime se debería estar agradecida por aparecer no xornal, xa que agora o carniceiro me recoñecerá e se cadra regalarame unhas salchichiñas, polo juapa e importante que parezo. E isto, ademais de con ironía, está dito con coñecemento de causa: non sei se debo queixarme por esa entrevista (que non me reflicte e ata me ruborizou nalgún momento) ou dar as grazas porque a través dela re-coñeceranme, terei alomenos dereito a ter voz i entrarei na espiral de Wilde: “Que falen, anque sexa mal”. Por iso cuestioneille a vostede, levantador, que carallo é ser un bo poeta? E claro que me pode axudar vostede -que tantas cousas parece saber- porque eu teño a curiosidade dos que non saben e miro a través dunha lupa moi grande aos que pontifican sobre cómo son as cousas, cómo está feito o mundo i etcétera. Se vostede pertence a esa especie (que non o sei), pódeme aclarar o asunto. Porque eu considerei bos a moitos poetas, mais tan distintos e por razóns tan diverxentes que nunca logrei “coser un vestido de poeta” que lles acaese ben a todos.

      I estou de acordo en que aquí non se evolúe para nada ou menos do que nos dan a entender. Así que hai tempo intento sabotear a escrita, non aos escritores ou escritoras, senón sabotear ese xeito de expresión que ás veces alcanza a dicir moi pouco, que outras veces só quere vocear “mírenme, non me esquezan, estiven aquí!” e que outras bota de menos o analfabetismo. Hoxe non estou particularmente irónica, que soe ser o talante no que escribo, así que para a cuestión do autobombo, remítolle a unha interesante disquisición que mantiven cun tal Paco Piss, un chisco paco tilla, e que rematou bastante amigablemente, como creo deben acabar as disquisicións.

      http://estibalizes.blogspot.com/2006/07/lista-de-cousas-embarazosas.html

      A min os insultos fóra de lugar esváranme (non o digo porque vostede me insultase, que conste). Que me digan o que son ou o que debo ser si me fai disparar. E non sei a quen disparo, a todo isto, levantador de minas.
      Aquí xogo o papel da francotiradora.

      Mais se é certo que me coñece, saberá algo de cómo son ou deixo de ser. E deixo de ser moitas das cousas que me atribúe vostede.
      Levantador de minas.

      Arf.Vou beber un grolo. Teño a boca e a man secas.

      Saudismos

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Concordo com o levantador de minas.
      Em geral percebo em alguns/umhas escritores/as umha contradiçom nas suas atitudes. Por umha parte, ciram e utilizam umha determinada imagem para dar-se a ver(cousa totalmente legítima); mas depois queixam-se de que o público (porque parecem procurar público, nom leitores/as) @s vê atravês dessa imagem que previamente criárom e ofendem-se e sentem-se minusvalorad@s. Queixam-se de que ficamos no superficial, quando eles/as som quem nom aproveitam a sua presença nos meios para sumir-se em questom mais profundas que a de se coleciono barbies ou gosto de vestir desenho alternativo ou adoro provocar às pessoas “decentes” e bempensantes” falando de sexo ou matando ao meu pai intelectual.

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Estimada Estíbaliz:
      Lamento intuír que a miña análise teña dado lugar á dúbida sobre as miñas intencións. Sensíbeis como están algunhas personalidades da literatura ao lercheo que non poucas veces se atopa no blogomillo, teño que advertir que non é nin será nunca interese deste blogue. Digo isto porque percibo certo desgusto no seu comentario, e gustaba de saber se era por pensar que lle tiña faltado ao respecto ou simplemente por disentir en cuestións de creación poética.

      A reportaxe, aínda que mellor que outras que tivemos ocasión de ver nese medio, non é ningunha marabilla. Iso, que recoñecín no meu texto como potencial deturpador das opinións das entrevistadas, non parece importarlle tanto como as miñas palabras. Nin que teñan confundido cales foron as súas opinións, nin que as teñan descontextualizado. Porque vostede, segundo recoñece, ten que estar agradecida polo cameo xornalístico, como se por guapa lle fan mellor prezo na carnicería. Entón, por que lle importa tanto ao final a imaxe de intelectual que puido ofrecer?

      Vostede ten todo o dereito a dicir no século XXI que a palabra poeta ten connotacións “petardas”, que “aos poetas se lles atribúe o patrimonio sentimental”, que “tanto macabrismo poético teña lugar”, etc. e eu teño tamén dereito a dicir que esas connotacións espiritualistas caducaron no século XIX. Se quere dicir publicamente que é “cosmonauta ou analfabeta”, dígao, mais despois non se moleste porque outros comentemos como se ve a si mesma.

      Sobre o asunto da lusofonía era evidente que a ningunha das concorrentes lles pareceu un tema importante. Sobre todo cando si se falou de traducións, de lingua literaria e de mercados literarios. Teñen todo o dereito a non tratar ese tema, mais como a min si me parece, ademais de delicado, relevante para o futuro da literatura, permítome facer notar esa ausencia. Vostedes responden polo que publican, e eu tamén. E ninguén debe alterarse por iso.

      Se vostedes non falaron doutros temas xeralmente considerados o fondo da boa literatura, será porque non os valoran suficientemente ou por outro motivo circunstancial. Mais foi certo que non os trataron, e que alguén o note non debería molestala. Se “esa carencia revela que, en realidade” non son máis que “chicas disfrazadas de rimbauds”, alá vostedes coa súa imaxe de poeta representada nun disfraz. Agora, non me diga que “iso, como feito en si, xa revela moito da visión poética do mundo e do sentido das paixóns humanas… non é, meu amigo?”, porque aparte de significar un brinde á máis absoluta superficialidade, non sei que poida significar nun artista que o dignifique.

      Eu particularmente adoro o espírito vangardista. Se algo eu estaría desexando sería que vostedes fosen a punta de lanza dunha nova vangarda literaria galega. Aquí as cousas evolúen moito menos do que moitos e moitas queren dar a entender. Mais como nos xornalistas a hipérbole é, en moitos casos, unha necesidade patolóxica, isto sen dúbida puido contribuír a alterar as súas opinións e semellar “autobombo”, como xa recoñecín no seu momento.

      Respecto ao “acertixo” que me propón opino que vostede deberá ter algunha idea ao respecto, pois se a estas alturas non sabe por onde van os tiros non creo que eu nin ninguén poida facer nada por axudala. Desde logo a min me asaltan neste momento, máis que definicións de lexicógrafo, un abano tan grande de versos, de imaxes poéticas e de nomes que me impide responder esa pregunta. Ao final, está claro que este tema é o que realmente lle interesa ―e iso si que o comprendo― aínda que eu non teña valorado a súa poesía.

      Para rematar, rogo entenda que o meu interese está dirixido ao debate sobre as intervencións públicas, sen mesturar cuestións persoais. Particularmente cando eu sinceramente respecto a súa poesía e estimo a súa persoa, factos que desde que nos coñecemos procuro facer patentes.

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Benquerido levantador,

      Encántame que me fagas esa pregunta!

      Acerca da entrevista colectiva: pois foi iso, colectiva. É dicir, unha melée. Eu fiquei bastante descontenta do resultado, primeiro porque algunhas das cousas que dixen eu póñenas en bouca doutras; e segundo, porque cousas que poñen da miña boca non foron ditas exactamente así, por exemplo o da novidade. Eu non expresei así a idea. Dixen que unha botella baleira lanzada ao mar que non leve dentro unha mensaxe nun papeliño, tamén é unha mensaxe. É dicir, que non aquilo que cumpre as nosas expectativas artísticas ou pseudoartísticas ten por que expresar mellor o que sentimos.

      Pero, debo queixarme ou agradecer por ter saído nun xornal e que o carniceiro me faga unha rebaixa no solombo, por juapa? Ese é o gran dilema. Ése e os cameos da ONU na xeopolítica mundial.

      Para empezar, eu dixen que a palabra poeta non me acaía, non porque non me guste a palabra senón porque me molestan as connotacións petardas que ten. En certo modo, aos poetas se lles atribúe o patrimonio sentimental, e iso é unha estupidez. De aí que tanto macabrismo poético teña lugar, de aí que amosarse coma un ecce homo sexa o cumio da lírico. Por favor! A vida e a linguaxe son algo máis que dar mágoa.

      Dixen que en realidade querería poder poñer que son cosmonauta ou analfabeta.

      A lusofonía? Pois mire, en 2 horas de conversa non se nos preguntou. Poidemos sacar nós o tema? Pois sí. De feito, algo así se pretendía cando se falaba da comparación co castelán. Pero, quéseieu, o tempo ou os meandros da conversa (que foron serpeantes e cheos, loxicamente, de intervencións) non discorreron por aí.

      Femininas e postmodernas? Non teño máis remedio que ser o primeiro, pero líbreme do segundo. Se non ser un clásico é ser un postmoderno, algunha clase de Socioloxía de Supercoco debín perderme. É certo que falei da proxección da poesía sobre outros soportes, pero, basicamente, porque considero demasiado saturado o soporte libro e, con franqueza, leo marabillas nos libros que dificilmente creo superables polo que a min respecta. A mestura de xéneros xa é un clásico, máis que unha postmodernidade.

      Xa sei o repelente, rimbombante e redundante que pode soar iso de poetas da avangarda. As avangardas recolécense moito tempo despois de que aconteceron, rara vez no momento en que son avangarda. Probablemente a avangarda de algo en Galiza estaba almorzando coa tranquilidade do anonimato na súa casa, mentres a nós púñannos baixo o cartel de A avangarda. Pero tamén sei que, cando un non se ve reflectido naquilo no que se gustaría ver, sexa unha entrevista, sexa unha foto, sexaoquesexa, arremete cos argumentos máis pobres que soe ter a man.

      A visión poética de mundo, o sentido das paixóns humanas, a ideoloxía… deixámolo para outro debate. Quizais esa carencia revela que, en realidade, non somos máis que chicas disfrazadas de rimbauds. Pero iso, como feito en si, xa revela moito da visión poética do mundo e do sentido das paixóns humanas… non é, meu amigo?

      E déixolle un acertixo que lle vai entusiasmar: que carallo é ser bo poeta?

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Creo que o seu é un dos blogs onde se pode atopar interesantes reflexións que sempre enriquecen aínda cando se disinta 🙂

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Teño que dicir, X, que non observo ningún erro no enfoque do post. A análise que fago ten como obxectivo valorar as opinións dun grupo de poetisas recollidas nunha reportaxe xornalística. A orixe do texto está declarada no inicio, e o recoñecemento de que non se trata de crítica literaria aparece no final. As opinións publicadas destas autoras sobre a creación literaria, a vangarda artística, a novidade dentro do panorama poético, a lingua literaria, etc. son licitamente valorizábeis. As autoras que expoñen as súas obras e as súas opinións sobre poesía deben ser concientes de que ambas cuestións van ser valoradas e que como accións persoais de intervención social atinxirán un éxito ou outro, debido a que esta dimensión pública é interactiva. No mesmo sentido eu acepto a súa discrepancia, sen deixar de agradecerlle a atención que lle dedicou ao meu escrito.

    • Author gravatarAuthor gravatar

      É que me esquecín de saúdar, o dito, un saúdo.

      Por certo neste blog non se poden corrixir os comentarios nin eliminar 🙁

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Considero un chisco inxusta a súa crítica porque parte dunha premisa errada, non é unha reportaxe de carácter literario, ou si?
      Trátase dunha reportaxe con escritorias nun suplemento dun medio xeralista dirixida ao gran público e debe ser xulgada nese contexto. Si, xa sei que á fin do seu post algo indica neste sentido, mais depois de ter feito todo un esquema dos contidos (bastante acertado) desde un punto de vista de crítico literario.

    • Author gravatarAuthor gravatar

      Sobre Yolanda Castaño poden hoxe ler un post n’A canción do náufrago.

Comments are closed.