Sobre o libro electrónico
Malia todos os últimos avances da tecnoloxía da tinta electrónica, parece ser que o dispositivo electrónico de lectura de maior aceptación é o Iphone. O Iphone porque é o primeiro, máis estábel e cun maior número de aplicacións subsidiarias desenvolvidas, mais todo o que se pode facer hoxe cun Iphone está a piques de poder facerse con aparellos substancialmente máis baratos. Imaxino os lectores de libros de tinta electrónica como dispositivos residentes en colexios, bibliotecas e mesmo bares, para uso colectivo ou doméstico, mais non como principais ferramentas de lectura en termos xerais, desa lectura urxente, apresurada que aprendemos a facer ao estenderse o consumo de prensa diaria.
A xente de Nintendo acaba de sacar un “xogo” para ler libros na DSLite con comodidade, que inclúe 100 títulos clásicos de todas as épocas… que non están suxeitos a dereitos de autor.
Tati Mancebo
3 thoughts on “Sobre o libro electrónico”
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Ultimamente, dado que por acasos da vida ando a trabalhar entre impressos e livros dos séculos XV, XVI (principalmente) e XVII, ando a reconsiderar aquilo do tato e a organização das planas como formas que evidenciavam a solidez do pensamento… Lembro Rey Soto, Otero e Sarmiento a falar de livros e de como a imprensa estruturou o pensamento humanístico no seu salto desde o códice manuscrito.
Contemplando as tipografias e os ensaios dos incunábulos e primeiros anos do humanismo com os livros já quase neoclássicos dá para pensar como se foi estruturando a leitura, como a intervenção de impressores editores modificou o pauto entre autores e leitores.
Como os primeiros livros da imprensa refletem um humanismo eruditamente livre e entusiasmado com a multiplicação da mensagem e coincidente com a artesania cuidada dos cadernos impressos. Soluções gráficas a novos pensamentos. Novos pensamentos que se manifestam graficamente.
As experiências e o pensamento humanista de Petrarca, Bocaccio e Dante até Erasmo e o erasmismo e depois o apagão parcial da liberdade. O brutal controlo contra as ideias, a liberdade de pensar e criar submersas no terror dos poderosos e a barbárie religiosa.
O livro já normalizando formas, encaudando o pensamento. Convenções, bom gosto…
Isto foi o pensamento impresso confinado às elites. Depois veu com a alfabetização e aparição do público as edições comerciais e de massa, a rotura soviética as vangardas com o seu sonho de universalização da cultura de élite… Amplamente questionado pelas leis do mercado e a produção de massa como diz Adorno em fases ao longo do século XX até converter os livros em mistura de caixas de bombões ou perfumes baratos e filmes de Walt Disney ou publicidades de Coca-cola.
As últimas décadas da edição têm sido como destacam Schiffrin ou Epstein demolidoras, absolutamente dominadas pelo beneficio e incrustadas neste capitalismo de tolas teorias e consumo que agora faz demonstração do conto do Imperador espido. Por entanto a leitura e a edição achou novas canles pela rede de redes…
Mas como as planas do impresso exerceram uma influência na evolução do pensamento marcando por tantos séculos a apresentação final dos textos e determinando a “voz” dos autores. A intermediação dos editores e tipógrafos na reestruturação da mensagem escrita foi um ritual que os processadores de texto e a leitura em ecrã auto-editada de hoje de algum jeito romperam.
Já não se lê igual. Há quanto que o ecrã foi eliminando a percepção da plana, a velocidade e as exigências que não nos cobrem as notas de rodapé e a ausencia de links nos textos, a orientação do nosso hábito na leitura cada vez mais diagonal, conjunta e veloz.
Também já não se escreve igual. Os escritores já agora diretamente editam. Ou escrevem com a mente já não em livros retificávei em galeradas quanto em espaços novos multimédia. Novas estrturações dos parágrafos, mais curtos, destaques, sangrados inverosímeis, concisão, hiper-referenciação susbtituindo a explicação… mudanças a afetarem a palavra, a comunicação e sintaxe.
Trazerão as tecnologias um novo pensamento? Não sei. Do que estou certo é que a evolução e liberdade universalizante em explosão, o intuito de um novo e interessante humanismo (que a um tempo permite explicar o outro) produzida pela tecnologia trazerá, quando os bárbaros se decatarem e os novos retóricos os justificarem a conseguinte reação normalização e controlo no que fronte à liberdade atual da net o livro eletrônico será -intuo- Cabalo de Troia.
si: a nintendo DS eche bastante máis barata que o iphone…
A imaxe que acompaña a anotación non pertence a un libro de papel senón a unha DS, esa consola portátil con que os cativos xogan tamén ao Guitar Hero e a Start Wars, esa que tamén se vende para os adultos aprenderen idiomas e manter a mente en forma, disque.