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“Galeguizar” José Ángel Valente?

Óscar Iglesias: «[…] “É unha obra moito máis pequena cá que escribiu en castelán, pero máis abondosa que a doutros autores galegos aos que se lles adicou o Día das Letras”, remarca Rodríguez Fer. “Entroutros Martín Códax, Meendiño, Xohán de Cangas, Pimentel ou Blanco Torres”. “Galeguizar” ao autor de Material memoria, na medida do posible, pasaría “por unha biografía detallada con respecto a Galicia”. Tamén por unha análise do seu peso na lírica galega contemporánea. Para o poeta e crítico lugués, con máis de 30 traballos sobre Valente, “influíu máis do que se di e moito máis do que se confesa, pero por razóns ideolóxicas non se tracexaron estudos comparativos desa caste”.
Non opina exactamente igual Arcadio López Casanova, cuxa primeira poética adoita emparentarse co Valente social de A modo de esperanza, igual que ás veces espella a etapa de El fulgor na obra de Ana Romaní ou Lois Pereiro. “Na Compostela dos 60 limos os seus primeiros libros, e os de Claudio Rodríguez ou Brines, e mesmo sintonizamos con eles… Mais coido que non influíu nada, ou moi pouco, nos autores galegos, nin nos do realismo social nin na renovación, a partir de 1976. Quizais non houbo sintonía coa etapa da mal chamada poética do silencio” […]»

Non me resulta facilmente comprensíbel a suxerencia de Claudio Rodríguez Fer sobre o interese de galeguizar José Ángel Valente. Non dubido da bondade, desde logo, de apoiar intelixentemente a imaxe de galegos como Valle, Torrente ou Valente no que tiveron de paisanos nosos, mais a necesidade  virtual de ligarse ao prestixio internacional de personalidades galegas pertencentes ao sistema literario español non creo que deba transcender para alén dun recoñecemento cordial.
Non debemos saldar a galeguidade dese modo. E tampouco se trata de apoiar a literatura desde parámetros ideolóxico-políticos, mais de apoiar as obras que con moito esforzo naceron e hoxe florecen vencelladas á identidade cultural galega.

18 thoughts on ““Galeguizar” José Ángel Valente?

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      emquanto ao assunto inicial do post, tiramos desde aqui o chapeu ante a argumentazom do colega ferreiro.
      no resto do debate, passamos de opinar.

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      emquanto ao assunto inicial do post, tiramos desde aqui o chapeu ante a argumentazom do colega ferreiro.
      no resto do debate, passamos de opinar.

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      O livro que estou a ler é muito rigoroso e aposta por um muito provável autor árabe ao serviço do Cide aquando de sua governação de Valência. Os dados que fornece são sensatos, precisos e luminosos, como tentaremos fazer ver em breve. Outras reflexões, como a “espanholidade” da carjas, também merecem especial atenção, se pretendermos tratar com rigor os mitos fundacionais da literatura espanhola.
      Todo isto, à luz de recentes estudos historiográficos que alertam sobre as deficiências dos discursos académicos no que diz respeito da relevância da política e da corte literária dos Afonsos, reis galaicos com o principal poder cristão até polo menos o séc. XIII, como dizem Camilo Nogueira e Francisco Rodríguez, poder dar lugar a novos discursos ricos em referências interessantes.

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      O livro que estou a ler é muito rigoroso e aposta por um muito provável autor árabe ao serviço do Cide aquando de sua governação de Valência. Os dados que fornece são sensatos, precisos e luminosos, como tentaremos fazer ver em breve. Outras reflexões, como a “espanholidade” da carjas, também merecem especial atenção, se pretendermos tratar com rigor os mitos fundacionais da literatura espanhola.
      Todo isto, à luz de recentes estudos historiográficos que alertam sobre as deficiências dos discursos académicos no que diz respeito da relevância da política e da corte literária dos Afonsos, reis galaicos com o principal poder cristão até polo menos o séc. XIII, como dizem Camilo Nogueira e Francisco Rodríguez, poder dar lugar a novos discursos ricos em referências interessantes.

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      Pois,é e acho que num pragmatismo evidente a tradição galega apostava pela misnuvalorização da “seriedade” da histórias e as “verdades” apostando sempre pelo “estilo” e a perspetiva concreta e particular à hora de narrar as estórias…

      É fascinador que do Mio Cid não haja referencias históricas pelos esxritores e colecionistas, até a “descoberta”, que o códice tenha letra do século XIV e encadernação do XVI, igual que a encadernação tinta e demais… e porém até agora aceitemos que se trata de um remoto texto medieval coevo dos feitos pelo mero feito de acreditarmos na autoridade de um louco fantasioso obsessionado com a construção da Nação espahola desde uma impossível origem e predomínio castelão.

      Saúdos

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      Pois,é e acho que num pragmatismo evidente a tradição galega apostava pela misnuvalorização da “seriedade” da histórias e as “verdades” apostando sempre pelo “estilo” e a perspetiva concreta e particular à hora de narrar as estórias…

      É fascinador que do Mio Cid não haja referencias históricas pelos esxritores e colecionistas, até a “descoberta”, que o códice tenha letra do século XIV e encadernação do XVI, igual que a encadernação tinta e demais… e porém até agora aceitemos que se trata de um remoto texto medieval coevo dos feitos pelo mero feito de acreditarmos na autoridade de um louco fantasioso obsessionado com a construção da Nação espahola desde uma impossível origem e predomínio castelão.

      Saúdos

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      Concordo contigo, Ernesto. De facto, estou a re-estudar um bocadinho os mitos literários fundacionais da literatura espanhola (ver leituras em coluna direita) desse ponto de vista, e a revisão lícita da História é assombrosamente recomendável.
      O que pretendia acrescentar é que não só a perspectiva historicista é produtiva para hoje, mas também a pura atualidade cultural dum ponto de vista pragmático e sem preconceitos, mesmo sem quaisquer academicismos ou justificações eruditas.

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      Concordo contigo, Ernesto. De facto, estou a re-estudar um bocadinho os mitos literários fundacionais da literatura espanhola (ver leituras em coluna direita) desse ponto de vista, e a revisão lícita da História é assombrosamente recomendável.
      O que pretendia acrescentar é que não só a perspectiva historicista é produtiva para hoje, mas também a pura atualidade cultural dum ponto de vista pragmático e sem preconceitos, mesmo sem quaisquer academicismos ou justificações eruditas.

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      Concordo contigo, Ernesto. De facto, estou a re-estudar um bocadinho os mitos literários fundacionais da literatura espanhola (ver leituras em coluna direita) desse ponto de vista, e a revisão lícita da História é assombrosamente recomendável.
      O que pretendia acrescentar é que não só a perspectiva historicista é produtiva para hoje, mas também a pura atualidade cultural dum ponto de vista pragmático e sem preconceitos, mesmo sem quaisquer academicismos ou justificações eruditas.

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      Não. Eu falo em termos históricos.

      Portugal, a cultura portuguesa após 1680, rompe propositadamente com o fundo ibérico e salta dacavalo da cultura francesa a um modelo filosófico e mental, mais do que simplesmente linguistico e literário que rompe com a sua tradição histórica ibérica (e com nós). Tradição que a nós nos chega mui viva até o presente e é o que precisamente define a tradição galeguista.

      Essa tradição nossa é a que nos permite integrar-nos na Lusofonia, não o domínio do português moderno.

      E essa tradição que remonta a idades fabulosas como os escudos e quarteis dos apelidos galegos, como a nossa toponímia correu longamente também pelo castelão escrito à galega e autores como Valente, parte de Cela, Torrente, Valle, a pardo Bazán, a Rosalia em castelão, Murguia, Feijó, Sarmiento, o conde de Lemus, Gondomar, Cervantes… o evidenciam.

      Eu acho que há que se deixar de inferioridades e assumirmos o nosso papel matriz da Lusofonia, especialmente agora que o centro é brasileiro (e portanto menos francês e mais acorde com a nossa tradição).

      E acho que a um tempo também há que reivindicar, especialmente se queremos a secessão (política e/ou cultural) o nosso espaço singular e diferenciado, e a nossa fundamental e forte achega na construção da língua e literatura em Castelão (por se decidimos ir-nos irmo-nos com o que é nosso e o que nos devem).

      Destarte eu diria que há que distinguir e incorporar como próprios: autores que escrevem em latim ao estilo da Galiza, autores que escrevem em português ao estilo da Galiza, que é o tradicional e popular (logo os anteriores a 1680, os registos de base popular, os africanos, brasileiros mais os minhotos) e autores que escrevem em castelão mas propositadamente com espaços galegos e ainda ao marcadíssimo estilo galego.

      Pense-se que nós estamos na Espanha antes da Espanha existir e que Castela é a nossa criança do mesmo jeito que os seus reis foram os afilhados dos nossos senhores feudais de outrora.

      Pensemos que não temos porque aceitar a história narrada desde Os tempos do Conde Duque de Olivares e terminada com os borbões e os decretos de Nova planta. Que não temos porque aceitar nem a corrida em justificação da invenção literário-linguístico-nacional inventando o castelão e a literatura espanhola que acompanha em adiante a construção do estado nacional em negação da pluralidade e ainda só pivotando na identidade cantabro-basco-castelã, excluindo a parte principal da coroa de Castela que sempre fomos nós.

      Mas, sabendo que há constância da nossa histórica negativa desde 1600, uma e outra vez.

      Outra cousa é não reconhecer que o mesmo que em política não estejamos ante um pasmoso caso de substituição da nossa tradição e deriva na formulação de um novo espanholismo e pensamento à castelã, com efeitos na língua e na escrita que até agora nunca se dera na Galiza.

      Cada dia tenho mais claro… nós somos complexo, complexos e muito velhos.

      Saúde,

      Ernesto

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      Não. Eu falo em termos históricos.

      Portugal, a cultura portuguesa após 1680, rompe propositadamente com o fundo ibérico e salta dacavalo da cultura francesa a um modelo filosófico e mental, mais do que simplesmente linguistico e literário que rompe com a sua tradição histórica ibérica (e com nós). Tradição que a nós nos chega mui viva até o presente e é o que precisamente define a tradição galeguista.

      Essa tradição nossa é a que nos permite integrar-nos na Lusofonia, não o domínio do português moderno.

      E essa tradição que remonta a idades fabulosas como os escudos e quarteis dos apelidos galegos, como a nossa toponímia correu longamente também pelo castelão escrito à galega e autores como Valente, parte de Cela, Torrente, Valle, a pardo Bazán, a Rosalia em castelão, Murguia, Feijó, Sarmiento, o conde de Lemus, Gondomar, Cervantes… o evidenciam.

      Eu acho que há que se deixar de inferioridades e assumirmos o nosso papel matriz da Lusofonia, especialmente agora que o centro é brasileiro (e portanto menos francês e mais acorde com a nossa tradição).

      E acho que a um tempo também há que reivindicar, especialmente se queremos a secessão (política e/ou cultural) o nosso espaço singular e diferenciado, e a nossa fundamental e forte achega na construção da língua e literatura em Castelão (por se decidimos ir-nos irmo-nos com o que é nosso e o que nos devem).

      Destarte eu diria que há que distinguir e incorporar como próprios: autores que escrevem em latim ao estilo da Galiza, autores que escrevem em português ao estilo da Galiza, que é o tradicional e popular (logo os anteriores a 1680, os registos de base popular, os africanos, brasileiros mais os minhotos) e autores que escrevem em castelão mas propositadamente com espaços galegos e ainda ao marcadíssimo estilo galego.

      Pense-se que nós estamos na Espanha antes da Espanha existir e que Castela é a nossa criança do mesmo jeito que os seus reis foram os afilhados dos nossos senhores feudais de outrora.

      Pensemos que não temos porque aceitar a história narrada desde Os tempos do Conde Duque de Olivares e terminada com os borbões e os decretos de Nova planta. Que não temos porque aceitar nem a corrida em justificação da invenção literário-linguístico-nacional inventando o castelão e a literatura espanhola que acompanha em adiante a construção do estado nacional em negação da pluralidade e ainda só pivotando na identidade cantabro-basco-castelã, excluindo a parte principal da coroa de Castela que sempre fomos nós.

      Mas, sabendo que há constância da nossa histórica negativa desde 1600, uma e outra vez.

      Outra cousa é não reconhecer que o mesmo que em política não estejamos ante um pasmoso caso de substituição da nossa tradição e deriva na formulação de um novo espanholismo e pensamento à castelã, com efeitos na língua e na escrita que até agora nunca se dera na Galiza.

      Cada dia tenho mais claro… nós somos complexo, complexos e muito velhos.

      Saúde,

      Ernesto

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      Não. Eu falo em termos históricos.

      Portugal, a cultura portuguesa após 1680, rompe propositadamente com o fundo ibérico e salta dacavalo da cultura francesa a um modelo filosófico e mental, mais do que simplesmente linguistico e literário que rompe com a sua tradição histórica ibérica (e com nós). Tradição que a nós nos chega mui viva até o presente e é o que precisamente define a tradição galeguista.

      Essa tradição nossa é a que nos permite integrar-nos na Lusofonia, não o domínio do português moderno.

      E essa tradição que remonta a idades fabulosas como os escudos e quarteis dos apelidos galegos, como a nossa toponímia correu longamente também pelo castelão escrito à galega e autores como Valente, parte de Cela, Torrente, Valle, a pardo Bazán, a Rosalia em castelão, Murguia, Feijó, Sarmiento, o conde de Lemus, Gondomar, Cervantes… o evidenciam.

      Eu acho que há que se deixar de inferioridades e assumirmos o nosso papel matriz da Lusofonia, especialmente agora que o centro é brasileiro (e portanto menos francês e mais acorde com a nossa tradição).

      E acho que a um tempo também há que reivindicar, especialmente se queremos a secessão (política e/ou cultural) o nosso espaço singular e diferenciado, e a nossa fundamental e forte achega na construção da língua e literatura em Castelão (por se decidimos ir-nos irmo-nos com o que é nosso e o que nos devem).

      Destarte eu diria que há que distinguir e incorporar como próprios: autores que escrevem em latim ao estilo da Galiza, autores que escrevem em português ao estilo da Galiza, que é o tradicional e popular (logo os anteriores a 1680, os registos de base popular, os africanos, brasileiros mais os minhotos) e autores que escrevem em castelão mas propositadamente com espaços galegos e ainda ao marcadíssimo estilo galego.

      Pense-se que nós estamos na Espanha antes da Espanha existir e que Castela é a nossa criança do mesmo jeito que os seus reis foram os afilhados dos nossos senhores feudais de outrora.

      Pensemos que não temos porque aceitar a história narrada desde Os tempos do Conde Duque de Olivares e terminada com os borbões e os decretos de Nova planta. Que não temos porque aceitar nem a corrida em justificação da invenção literário-linguístico-nacional inventando o castelão e a literatura espanhola que acompanha em adiante a construção do estado nacional em negação da pluralidade e ainda só pivotando na identidade cantabro-basco-castelã, excluindo a parte principal da coroa de Castela que sempre fomos nós.

      Mas, sabendo que há constância da nossa histórica negativa desde 1600, uma e outra vez.

      Outra cousa é não reconhecer que o mesmo que em política não estejamos ante um pasmoso caso de substituição da nossa tradição e deriva na formulação de um novo espanholismo e pensamento à castelã, com efeitos na língua e na escrita que até agora nunca se dera na Galiza.

      Cada dia tenho mais claro… nós somos complexo, complexos e muito velhos.

      Saúde,

      Ernesto

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      Eu digo que a figuras como essas não há que as mostrar mais galegas do que forom, efectivamente. Suspeito em alguns casos similares o reconhecimento duma inferioridade, na necessidade de sobredimensionar o méritos galeguistas de certos vultos intelectuais reconhecidos no extrangeiro. E repito que não me oponho a um reconhecimento sensato de moitos intelectuais galegos estabelecidos nos parâmetros culturais castelanófonos. Concordo em que é isto uma realidade nosa que não devemos eludir, mas com cautela, para não danar os esforços do nosso antigo e actual ressurgimento cultural em galego.
      Quanto à assumpção como própria da literatura portuguesa até 1680 eu não podo concordar. Até porque não vejo interesse em rejeitar toda a literatura em português escrita após essa data. Acho que a bondade desta atitude beneficiaria não só uma valorização positiva do passado mas também de modo indiscutível contribuiria a dotar-nos duma tradição, uma modernidade e uma actualidade literaria muito rendível para a criatividade galega de hoxe.
      Porque há uma cousa que poucos reconhecem: não resulta inteligente para um escritor que pretenda achar um estilo literario próprio em galego, neste ambiente tão carregado de castelhanofonia, alimentar-se fundamentalmente de leituras realizadas em castelhano. Acontece, neste sentido, e já falo para além das ortografias, que no comum dos casos chamam muito mais a atenção crítica as estruturas e usos “lusófilos” que os calcos casteláns que escrevemos desde há dúzias de anos.
      Dito de outro modo, que escritor galego afirma ser um leitor estratégico de literatura em português (clássicos internacionais incluidos) que visa achar um seu modo próprio de escrever o galego que não referencie perpetuamente o castelhano? Quem, salvo certas individualidades como Xavier Alcalá, afirma que um escritor galego deve ler quantitativamente mais em português do que em castelhano para compensar a influência deste no seu estilo? É esta reflexão, porventura, improcedente à hora de estabelecer um compromisso rigoroso com o processo da escrita?
      E, por favor, evitem pensar no português como sendo património dumas gentes que moram ao sul dum rio, e em como essas pessoas Devem reconhecer sobre o nosso para que nós… etc. Pensem só no que nos interessa agora para escrever melhor, para servir melhor a musa aquando da chegada das suas exigências lícitas. Pensem na Literatura, não na política, que essa não tem musa e por alguma razão será.

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      Eu digo que a figuras como essas não há que as mostrar mais galegas do que forom, efectivamente. Suspeito em alguns casos similares o reconhecimento duma inferioridade, na necessidade de sobredimensionar o méritos galeguistas de certos vultos intelectuais reconhecidos no extrangeiro. E repito que não me oponho a um reconhecimento sensato de moitos intelectuais galegos estabelecidos nos parâmetros culturais castelanófonos. Concordo em que é isto uma realidade nosa que não devemos eludir, mas com cautela, para não danar os esforços do nosso antigo e actual ressurgimento cultural em galego.
      Quanto à assumpção como própria da literatura portuguesa até 1680 eu não podo concordar. Até porque não vejo interesse em rejeitar toda a literatura em português escrita após essa data. Acho que a bondade desta atitude beneficiaria não só uma valorização positiva do passado mas também de modo indiscutível contribuiria a dotar-nos duma tradição, uma modernidade e uma actualidade literaria muito rendível para a criatividade galega de hoxe.
      Porque há uma cousa que poucos reconhecem: não resulta inteligente para um escritor que pretenda achar um estilo literario próprio em galego, neste ambiente tão carregado de castelhanofonia, alimentar-se fundamentalmente de leituras realizadas em castelhano. Acontece, neste sentido, e já falo para além das ortografias, que no comum dos casos chamam muito mais a atenção crítica as estruturas e usos “lusófilos” que os calcos casteláns que escrevemos desde há dúzias de anos.
      Dito de outro modo, que escritor galego afirma ser um leitor estratégico de literatura em português (clássicos internacionais incluidos) que visa achar um seu modo próprio de escrever o galego que não referencie perpetuamente o castelhano? Quem, salvo certas individualidades como Xavier Alcalá, afirma que um escritor galego deve ler quantitativamente mais em português do que em castelhano para compensar a influência deste no seu estilo? É esta reflexão, porventura, improcedente à hora de estabelecer um compromisso rigoroso com o processo da escrita?
      E, por favor, evitem pensar no português como sendo património dumas gentes que moram ao sul dum rio, e em como essas pessoas Devem reconhecer sobre o nosso para que nós… etc. Pensem só no que nos interessa agora para escrever melhor, para servir melhor a musa aquando da chegada das suas exigências lícitas. Pensem na Literatura, não na política, que essa não tem musa e por alguma razão será.

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      Eu digo que a figuras como essas não há que as mostrar mais galegas do que forom, efectivamente. Suspeito em alguns casos similares o reconhecimento duma inferioridade, na necessidade de sobredimensionar o méritos galeguistas de certos vultos intelectuais reconhecidos no extrangeiro. E repito que não me oponho a um reconhecimento sensato de moitos intelectuais galegos estabelecidos nos parâmetros culturais castelanófonos. Concordo em que é isto uma realidade nosa que não devemos eludir, mas com cautela, para não danar os esforços do nosso antigo e actual ressurgimento cultural em galego.
      Quanto à assumpção como própria da literatura portuguesa até 1680 eu não podo concordar. Até porque não vejo interesse em rejeitar toda a literatura em português escrita após essa data. Acho que a bondade desta atitude beneficiaria não só uma valorização positiva do passado mas também de modo indiscutível contribuiria a dotar-nos duma tradição, uma modernidade e uma actualidade literaria muito rendível para a criatividade galega de hoxe.
      Porque há uma cousa que poucos reconhecem: não resulta inteligente para um escritor que pretenda achar um estilo literario próprio em galego, neste ambiente tão carregado de castelhanofonia, alimentar-se fundamentalmente de leituras realizadas em castelhano. Acontece, neste sentido, e já falo para além das ortografias, que no comum dos casos chamam muito mais a atenção crítica as estruturas e usos “lusófilos” que os calcos casteláns que escrevemos desde há dúzias de anos.
      Dito de outro modo, que escritor galego afirma ser um leitor estratégico de literatura em português (clássicos internacionais incluidos) que visa achar um seu modo próprio de escrever o galego que não referencie perpetuamente o castelhano? Quem, salvo certas individualidades como Xavier Alcalá, afirma que um escritor galego deve ler quantitativamente mais em português do que em castelhano para compensar a influência deste no seu estilo? É esta reflexão, porventura, improcedente à hora de estabelecer um compromisso rigoroso com o processo da escrita?
      E, por favor, evitem pensar no português como sendo património dumas gentes que moram ao sul dum rio, e em como essas pessoas Devem reconhecer sobre o nosso para que nós… etc. Pensem só no que nos interessa agora para escrever melhor, para servir melhor a musa aquando da chegada das suas exigências lícitas. Pensem na Literatura, não na política, que essa não tem musa e por alguma razão será.

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      Pois eu penso cada vez mais a contrário. Não há que os galeguizar, que já eles são galegos avondo, apenas naturalizar a nossa história e entender como se produziu a literatura a várias línguas num espaço cultural que nunca teve fronteiras definidas nem espaços estaduais fixados.

      Por que não dar carta de natureza à realidade e tomar o que é nosso de produzido em velho Latim ou castelão da Galiza, por igual que devemos tomar toda a produção portuguesa até a cisão de 1680?

      A língua é um dos elementos que define e cultura galega, mãs nãoo único, impossível quanto os galegos existem em continuum desde antes do galego, antes de existir Castela, Portugal, a espanha moderna, e desde logo antes do Romantismo definir (para susbtituir a religião) o concepto religioso de Estado nação com todos os seus atributos (entre eles língua e literatura).

      Para além, todos esses escritores autores em castelão da Galiza, estão e estarão num limbo de ninguém ou simplesmente mal lidos e mal entendidos.

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      Pois eu penso cada vez mais a contrário. Não há que os galeguizar, que já eles são galegos avondo, apenas naturalizar a nossa história e entender como se produziu a literatura a várias línguas num espaço cultural que nunca teve fronteiras definidas nem espaços estaduais fixados.

      Por que não dar carta de natureza à realidade e tomar o que é nosso de produzido em velho Latim ou castelão da Galiza, por igual que devemos tomar toda a produção portuguesa até a cisão de 1680?

      A língua é um dos elementos que define e cultura galega, mãs nãoo único, impossível quanto os galegos existem em continuum desde antes do galego, antes de existir Castela, Portugal, a espanha moderna, e desde logo antes do Romantismo definir (para susbtituir a religião) o concepto religioso de Estado nação com todos os seus atributos (entre eles língua e literatura).

      Para além, todos esses escritores autores em castelão da Galiza, estão e estarão num limbo de ninguém ou simplesmente mal lidos e mal entendidos.

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      Pois eu penso cada vez mais a contrário. Não há que os galeguizar, que já eles são galegos avondo, apenas naturalizar a nossa história e entender como se produziu a literatura a várias línguas num espaço cultural que nunca teve fronteiras definidas nem espaços estaduais fixados.

      Por que não dar carta de natureza à realidade e tomar o que é nosso de produzido em velho Latim ou castelão da Galiza, por igual que devemos tomar toda a produção portuguesa até a cisão de 1680?

      A língua é um dos elementos que define e cultura galega, mãs nãoo único, impossível quanto os galegos existem em continuum desde antes do galego, antes de existir Castela, Portugal, a espanha moderna, e desde logo antes do Romantismo definir (para susbtituir a religião) o concepto religioso de Estado nação com todos os seus atributos (entre eles língua e literatura).

      Para além, todos esses escritores autores em castelão da Galiza, estão e estarão num limbo de ninguém ou simplesmente mal lidos e mal entendidos.

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