“Casa elevada”, por Ramiro Torres
Para Marta e Ramón
CASA ELEVADA
Somos a casa elevada
na profundidade
do coração,
a língua compacta da luz
devolta à sua candente raiz.
Há em nosso habitar
um eco da terra originária,
escalados até o grau inicial
da pura destilação do tempo.
Uma velha insolação nos
consome e dilui
numa paz ardente,
voltos para o lugar pleno
em que munimos a bela voz dormida
na sua constelação derramada,
pervagando na táctil penumbra
onde bebemos na súbita ordenação
do universo.
Abril de 2010
Alfredo Ferreiro
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