1. Os carlistas imberbes do nabo placidamente cintilam a menina que tirou as calças nos úberes das vacas.
2. Restar pedras ao ar −que não quer os encontros cafeteiros− reverbera intermitentemente o urso pardo da lua entre os papeis da mentira.
3. A razão do mais louco, cujos espaços são curtos, re-mata as casas como as ramas da sem-razão.
4. A luz da gadanha −a que tem o cabelo vaga-lumento− trespassa copos e colheres como o esperma das cariátides.
5. A magia, a do jérsei verde, recua lentamente as maçãs de prata cantando aleluias com a navalha no colo.
6. Platão, o do lentor baleiro, suspira um relógio roto na música celestial das marés.
7. Como as levitações dos olhares de perfil, a orgia dos dentes arrecende misteriosamente com as correntes janeirentas cada pergunta.
8. Num puxar incessante de cordas, uma mulher de pernas longuíssimas como chaminés arrisca até o limite sem limites -com as forças de cor peixe verde- umas poucas vitórias azuis.
9. Com luzes de amanhecer, rameiras da lua abafada da noite −e o nojento limão− excretam sem limites.
10. Entre as corcovas dos camelos o mármore brilha covardemente. No vão, a traição.
No Torques, em 8 de outubro (6ª) de 1993, assinamos este deca-texto:
Pedro Casteleiro
Luís Maçãs
Dulce Fernández
Táti Mancebo
Alfredo Ferreiro
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