O mundo divide-se em
pequenas fendas iluminadas
desde dentro por um mesmo
animal subterrâneo, como
uma brancura súbita nascendo
no centro do olho ao começo
da noite que sangra entre
as pálpebras e o insólito.
Somos músicas desterradas,
ilhas fulgurando nas mãos
estranhas a qualquer tacto,
caminho desfazendo-se aos
nossos pés até ser cosmografia
de um universo recriado como
nomes dançantes na espiral
de uma ingravidez absoluta.
I
Abraçar o desenho
orgânico do universo
em coito demorado
até esvaecer entre
fendas impensáveis:
o trabalho do poema é
obscurecer as mãos
da realidade até achar
o fulgor emergido do
invisível entre a luz
convulsa dos amantes.
II
Inauguram-se cosmogonias
nesta lâmina iridescente
aventurada na noite:
preparamos incêndios
entre os nossos olhos
e o existente, confiamos
no sonho que nos devora
e dançamos sob a terra
transparente que agacha
pupilas desnudas, como
ruas de um universo em
feroz expansão sobre nós.
III
Somos terra hipnótica,
arcano nascendo como
desenho aberto no meio
do poema em ignição:
trabalhamos no íris do
coração como videntes
à procura do sol líquido,
onde o vulcão vibra no
ser como vertigem a
fremir corpos adentro.
Para Miguel, Xavier, Moncho e Xulio, em nova fraternidade
Resides no obscuro que ilumina o saber-te aqui, música gravitante sobre os olhos desarmados no absoluto a fluir como rio dentro de nós, neste lado do existente submersos na serena transmutação do tempo em oceano, suspendendo-te no abraço primeiro da memória e o desenho zenital do saber.
O poeta acorda nas palavras estalantes, caminha por jardins pulsando corpo adentro como galáxias iniciais: esquecido o seu nome, lança-se a um oceano inextinto até saciar a sede de céu irradiante que sonha sob os olhos de espuma imemorial. Sabe arder à noite, atravessando a janela impossível sobre a dança do universo, entusiasmado pelos corpos que se decifram e descobrem como luminosidade entrante no magma do vazio inebriado.
Inícianse as publicacións amparadas polo Grupo Surrealista Galego co poemario Esplendor arcano, de Ramiro Torres.
O libro, editado o 31 de decembro de 2012, está dividido en tres partes: Campos de visão, Casa do despertar e Terra da iminência, ten 72 páxinas, e leva un poema-epílogo de Pedro Casteleiro. A portada, que reproducimos abaixo, é de Alba Torres Ferreiro. O prezo é de 8 euros.
As persoas interesadas en obter exemplares, poden dirixirse a este correo electrónico: esplendorarcano@gmail.com
Respiramos em noites grávidas, claudicados de toda possessão entregamo-nos ao desterro feliz entre as fendas, como sombras enigmáticas a arder sem cálculo à espera de florir na irradiação primeira.
«Os Encontros en Milpedras, espazo de comunicación natural entre diversas artes, unindo os seus camiños nun fluxo simultáneo onde os espectadores e participantes poden aproveitar a enerxía de varios artistas compartida nun mesmo lugar e momento, continúan no Taller de Litografía Milpedras.
A proposta consiste no traballo común de escritores, músicos e artistas plásticos e visuais que queren comunicarse entre si e co público sen intermediarios, aumentando o coñecemento e o diálogo libre entre as diferentes disciplinas artísticas, e ofrecendo ao público interesado unha experiencia nova e enriquecedora.
Este X Encontro é moi especial, ao fin somos unha Asociación Cultural que nace co obxetivo de promover a cultura e do intercambio de coñecementos e actitudes dunha maneira libre, de tal xeito que o espectador poida estar en contacto directo cos artistas, inmiscuirse no seu traballo e sentirse unha parte importante del.
– Presentarmos oficialmente la AC Encontros Milpedras
– Presentacion da identidade da nova AC
O “X Encontro Milpedras” conta con estes participantes:
lugar: Milpedras, taller de litografía . Rúa Brasil, 3 baixo . 15009, A coruña. Tel: 881 926 698 hora: venres 29 de xuño a partir das 21:00 h., duración aproximada dunha hora.
A entrada é libre e gratuíta.
Para o Xoán Antón Pérez Lema, em serena irmandade.
Povoamento de raízes na luz exacta que desnuda a voz e se afinca na brancura solar onde tu estás, pai, como olho puro no coração interior do tempo, abraçados ao corpo de tenra espuma a fluir dentro do mundo, juntos no desenho de árvores líquidas a esclarecer o silêncio que arde, indefinível.
Junho de 2012
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no nosso website. Ao navegar neste website está a concordar com a nossa política de cookies.ContinuarSaber mais
Privacidade & Política de Cookies
Privacy Overview
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.
Utilizamos cookies para assegurar que lhe fornecemos a melhor experiência na nossa página web. Se continuar a utilizar esta página pressupomos que está feliz por a utilizar.Ok